segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

SANTO SEM ASAS


Santo-sem-asas
Homem-Leão
Habitante de qualquer terra
Suas asas, minhas pernas
Sua cama, a Flor da Lama
Santo-sem-asas

Homem-marinho anfíbio esquadrinhador dos céus
Uma estrela em cada canto do papel
Quatro meninas nuas na luz que tudo transpassa
Quatro cenouras azuis no chão argiloso dos cantadores
que conhecem a noite morta

Meu profeta aflorado na Paraíba
Meu peixe-de-asas
Criaturas fincadas na dor nossa irmã
gotificam-se no filtro da morte
e são multiplicadas no conta-gotas do homem
para alcançarem a fornalha da mulher
e retornarem à vida
(tudo continua)

Jorge Mautner
Zé Ramalho
Charles Baudelaire
Três corvos exterminadores
Três ou mais sombras sobre nossas casas

(edu planchêz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário