segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

REFLEXOS DE UMA COLHER


Uma cambaxirra discorre seu concerto
E Jim Morrison geme no deserto
O chá de cidreira fumega no copo de vidro
agraciado por uma sereia delicadamente estampada
em sua naturesa vítrea
galhos e folhas da mesma erva
acomodados na manjedoura, um cesto de bambu
Minha mulher acabando de acordar...
Jim Morrison agora berra: "Cinco contra um"
cinco contra mais de cem
ou nada disso e isso mesmo

Nos reserva esse dia: o sumo de todos os navios
saídos de todos os portos desde os dias dos atlantes

7h30 ou mais
Daqui não posso ver o relógio

Mirantes de um século que se despede
A fada Ana inda dorme
Mãos pousadas nos selos do verde
A vejo flutuando
Asas amarelas, pele de mel rosado
rosando as bolhas de seus sonhos
Vontade de comer o que ela come,

ela, a abelha que mora na laranjeira

Alto falante
Bob Marley sem lei e sem espelho
para olhar a sua barba
de dar inveja a qualquer leão

Penso em mandar meus preciosos escritos
para a "Casa del las Américas" em Cuba
Bolhas de reggae nos escutam
Bolhas de Allen Ginsberg batem ondas,
onde mesmo? Deixe-me pensar...

Outras tantas histórias
se passam no meu interior ainda desesperado
(Reflexos de uma colher)
Gostaria de poder abrir
os portais de meus arquivos
para alguém disposto a me ouvir
Entulhos crocantes perturbam minhas vísceras,
é o passado agonizante de mamutes,
punhetas cheias de culpa,
ninfomaníacas deliciosas, abismos,
cavernas carregadas de silêncio e limo,
fumaças estonteantes, fêmeas suculentas,
meu ser cheio de culpas e pesares estranhos

Rocks e Blues
Canções-reggaes de Áfricas ocasionais
Plateias amadas, de olhos firmes nos meus e,
tantos são meus olhos de baleia ou pombo entretido
com grãos de milhos vermelhos

Abelhas a lamberem meu sal de poeta
Gostaria de lamber todas as abelhas,
nessa e em todas as outras
milhões de tardes-noites-manhãs
Sou ainda um ser faminto disfarçado de santo
que usa coroa de Rei do Rio
Humano cercado de intra-exércitos íntimos
Há guerra! Eu sou um ser em guerra 

e não há como não ser um Guerreiro da Luz

(edu planchêz)

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