segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

NAVIO RABISCADOS


Em Witman ancoro pés
novelos e navios rabiscados
Mais de duzentas lagartas, imagino,
caminham no tapete

Segundo os filhos dessa aldeia,
“aquele que traiu o Rock
se esbanja cantando grudes italianos”

Se tenho silêncio nessa manhã?...
Pergunte ao nosso gato amarelo e real no sofá
e nos metais do poema

Em Witmam, amarelas construções
precipitam-se lúcidas saudando meu menino de engenho

Se caço o bagaço da cana cósmica com a parabólica
da cabeça de cuia, somente o Brasil pode dizer,
somente o cavalo estanho e sua égua
me fazem ver a extensão
dessa praça primeiro de maio
com todas as suas silhuetas setentrionais

Mais que milho tonto
quando se entorta na feitura da pipoca,
sou eu, ouvindo as invenções de Tom Zé.

Megas rincões providos
de esquálidas árvores de cedro
Voltando à onda original
Voltando ao castelo estranho
colado nas costas do crustáceo irmão da ameba

Centauro-ave-pré-histórica-brontosauro

A verruga que se deu em poesia
crescia no magma da pré-civilização
Nada mais estranho
nem mesmo o amor dos escaravelhos
revolvendo excrementos

Gosto de ver e vejo gavinhas
de duplas folhas saindo do chão
e se enrodilhando na base dos pêlos do meu corpo

Gosto de ver e vejo aviões
entrando e saindo,
navegando em tua vagina-aeroporto

Aviões em meu pescoço-caule-de-sequóia

Me remeta umas letras de qualquer planeta

Sem te preocupar com o breu dos enganos
teste teu batom e teus lábios
nos lábios das minhas invenções
Se teu breu abraça meu transe, nada se esconde
e se esconde, e se esconde, e se esconde

12 abril 96 (12h24min)

(edu planchêz)

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