segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
O VELHO WHITMAN SEGUE OS MENINOS FUJÕES
Um menino alourado debanda morro
a fora atrás de pipas,
mangas e bicos-de-lacres
A cegueira é tanta que ele não vê
o abismo das ventanias
Mas o menino não corre perigo
As barbas do demiurgo Walt Whitman são longas redes
onde aquele pequeno pode se agarrar e até mesmo deitar
O velho Whitman segue os meninos fujões
Daqui espio os passos melódicos
de um homem no século XVIII
Meu estômago almoça aviões de versos
Descrevo o semblante coral do homem
numa casca de maçã
E o leve Whitman conversa
com a ansiedade das cenas estáticas
-"Para o lanche temos ovos de dragão, suco de olhos,
beterrabas e brilhantes da China!"
Coço as pontas dos dedos a fim de gravar
os sinais do poeta nas nuvens da sala
(edu planchêz)
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