segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Duas ou três coisas
sobre EDU PLANCHÊZ

Jean Cocteau disse que a poesia é “uma maldição”. Edu Planchêz cumpre essa maldição de todas as maneiras existenciais, um salto no escuro, assumindo todos os riscos. Ele é um ser poético e não apenas o “poeta” rotulado nas igrejinhas literárias. Edu assume o viver a poesia, assim como um Ezra Pound pop. Enjaularam Pound. E os imbecis de plantão certamente que também gostariam muito de pôr Edu Planchêz numa jaula para poetas loucos e demais “Bichos” perigosos ao sistema. Conheço Edu Planchêz de longa data. Sempre admirei suas propostas e happenings pondo a poesia pra circular nas praças, ruas, bairros e gentes. “Um livro de poesia na gaveta não adianta nada ” disse Sérgio Sampaio, poeta e compositor que morreu na contra mão da mídia. Edu e seu movimento “Celebração ao Renascimento do Poesia”, levando poesia aos espaços abertos da cidade, são necessários. O “Índio Neon” é o próprio Edu Planchêz, nu com sua poesia (como Caetano está nu com sua música) e atirando bombas de neon a quem interessar possa.
Uns se queimam. Outros brilham. “quanto mais purpurina melhor”(Gil).
Há qualquer coisa de Jim Morrison em Edu Planchêz. Jim Morrison morreu de uma possível overdose, numa banheira cheia de espuma, em Paris, cheirando o pó da poesia. Edu respira poesia pelas narinas, pelos poros, pêlos. É um animal poético de versos livres, soltos, às vezes tão alucinados quanto os versos de Jim Morrison, certamente um dos maiores poetas do século XX. É da maior importância que Edu publique um livro de poemas. Porque a memória de sua loucura poética corre sempre o risco de “perder-se” nas esquinas e becos do cotidiano. “Índio Neon” fica sendo um registro das andanças, veredas e caminhos de Edu Planchêz, que já rodou mundo como sacoleiro da poesia, seja no Rio, Sampa, São José dos Campos, outras gentes.

Dailor Varela

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