segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

DRAGÕES E ANJOS DO SOL



Nos anos 80 era moda, no Rio de Janeiro, a palavra “performance” e “recitais de poemas”. O inquieto Eduardo Planchêz subia aos palcos, de pijama, e recitava a noite inteira, muitas vezes até sem roupa. Com muita influência dos Beats e também de Jim Morrison, Edu foi preparando seu travesseiro de poemas. Naqueles anos 80 ele estava muito ligado ao esoterismo e às cartas do tarô. Passeou pelo Santo Daime, desbundou de vez e, parece que nos anos 90, depois de tantas bordoadas, passa por uma calmaria. Edu Planchêz foi a única pessoa que conheci que saía de casa vestido e voltava sem roupas e descalço, às vezes dava tudo de esmola. Se a poesia de Edu não revolucionou o mundo, pelo menos suas fadas, bruxas, dragões e anjos do sol revolucionaram “sua turma” e sua família. Para os íntimos, Antônio e ‘ovelha loura’. Talvez a sorte do poeta Edu Planchêz tenha sido lançada muito cedo, talvez em outras vidas. É muita sorte ser poeta uma vida inteira.

ROSA KAPILA

Nenhum comentário:

Postar um comentário