segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

REI LINCE


Um lince rosna-me nos olhos
Um lince caminha pelas encostas do meu crânio
A cidade que se prepare
A cidade conhecerá o canto felino dos meus tratados

Ouçam criaturas... O sino das árvores estão a soar
O sino dos espíritos badalam...
Teremos uma festa eterna
Os sinos dos olhos hão de acordar nesse momento

A cidade mágica é a minha boca de açaí

Um vento cintilante jorra de nossas pupilas de vento
Um vento cintilante jorra de nossos sexos de vento

Ah, homens! Ah, mulheres!
Por quê não arrancar os olhos doentes?
Por quê não mudar de nome, de cara, família,
de sexo, de pele, de cidade, país, de planeta,
de sistema, galáxia e de roupas?

Ah, homens! Ah, mulheres!
A lucidez das frutas
apossou-se dos meus dias comuns
Lucidez, a única fonte limpa

O lince dos ventos apunhalou o meu sangue
O lince dos ventos caiu em todos os sangues

Filhos da água
Filhos do fogo
Filhos da terra
Filhos do ar

Eu vos convoco, espíritos da sabedoria
Eu vos convoco, espíritos da felicidade
A noite violeta está apenas começando
Adorados linces
Visíveis ou invisíveis
Nascidos ou ainda por nascer

(edu planchêz)

Um comentário:

  1. que lindo!!! Planchez prova que é possível transmutar o logos,escrever com tesão,com
    coragem e audácia enfrentando
    demônios e abismos sem ausentar on anjos desta festa descomunal.Sabedoria de anos-luz ainda se
    percebe na fronte sincera de Edu Planchez.
    Budas Astronautas comemoram com parábens!!!!

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